segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Papo sério.


Vivemos em uma sociedade que estabelece seus padrões de beleza de forma autoritária e cruel, menosprezando todo aquele que não se encaixa neste perfil estabelecido. Ser bonito é sinônimo de ser magro.

Na década de 50, Marilyn Monroe era considerada o modelo de beleza feminina, hoje talvez fosse apontada de forma veemente como “gordinha” ou como uma mulher fora dos padrões estéticos vigentes.

A originalidade de uma mulher se tornou algo postiço, com aplicações de silicone, bumbum arredondado lipoaspiração, limpeza de pele de todos os tipos, maquiagem definitiva, unhas postiças e tudo aquilo que possamos imaginar, nós mulheres tentamos nos adequar ao que dita a moda. A crença perdura e a beleza feminina já não é tão natural assim.
A mídia é a maior responsável pelo estimulo e manutenção dos padrões de beleza impostos pela indústria estética.

Mas e a pergunta que não quer calar: “- Porque é mesmo que eu estou escrevendo isso?”
Bem, é simples...talvez porque eu também tenha me sentido um pouco vítima desse padrão estereotipado de beleza.

Desde menina nunca fui “magrinha”, muito pelo contrário sempre fui digamos “rechonchuda” mas nada que beirasse a obesidade. Na adolescência, entre meus 14 e 17 anos fui classificada vulgarmente como “A boa”: formas arredondadas, seios volumosos.

Devo confessar que o fato de ter seios fartos sempre me incomodou. Nunca convivi bem com isso...sentia muita vergonha, tanta que chegava a andar com os ombros curvados na ilusão de que isso fosse diminuir o tamanho deles. Decote? Isso não fazia parte do meu guarda-roupas. (mais isso é outra história).

Quando tinha 17/18 anos, tive uns probleminhas de saúde e engordei muito (o equivalente a 20 kg) e como sou baixinha, meço 1,58 m, esse ganho de peso ocasionou uma sensação visual muito maior,passei então a ser considerada “A gorda”, mas isso de forma alguma me transformou numa pessoa infeliz. Talvez tenha me tornado uma pessoa mais introvertida, insegura.

Quatro anos se passaram, e então resolvi mudar isso...procurei ajuda médica descobri que tenho hipotireodismo (o que provoca certa dificuldade em perder peso) e sob orientação da minha nutricionista perdi 14 kg em dois meses (Santa Dra Lúcia Helena). Claro, perder isso não foi tarefa fácil, contou com um sacrifício incrível da minha parte, passei a controlar meus horários de refeições e a ter hábitos alimentares mais saudáveis. Pois bem, perdidos esses tais 14 kg, fui me tornando uma pessoa mais segura e menos introvertida, mas o que me chamou mais atenção foi a reação das pessoas... As mesmas pessoas que antes se espantavam com minha gordura hoje comentam: ”Nossa como você ta magra, cuidado pra não ficar anorexa.”
Sinceramente, não entendo. Mas, enfim...o que importa é que gorda ou magra, sinto-me mais feliz e saudável do que nunca.

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