São 2:15h, já tentei me concentrar em algo que me fizesse dormir mas o máximo que consegui foi rolar de lá pra cá na cama. As últimas pessoas com as quais eu desenvolvia um diálogo virtual em minhas inúmeras madrugas insones não estão disponíveis para me fazer companhia. Uma hora dessas devem está dormido ou fazendo algo melhor do que vagar na internet.
Já zanzei pela casa, já dei uma passeada pelos canais da tv, mas nenhum programa me agrada. Escuto lá fora na rua o som da moto do "segurança" da rua...se não fosse tão perigoso eu abriria o portão, sentaria na calçada e ficaria olhando o nada.
Que post patético! Detesto esses post a la meu querido diário.
Mas se é pra ser assim que seja!
Querido diário, minha insônia hoje não me deixa dormir de jeito nenhum, já tentei de tudo e nada de ter sono. Hoje não aconteceu nada e eu não tenho nada a dizer. Meus dias tem sido bem dificeis mas eu tenho sobrevivido. Quer saber de uma coisa diário maldito? Vou te tacar fogo, só assim não sofro mais com minhas memórias de incansáveis e duras lutas.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Do desejo (in)contido.
Exatamente como quero a ti (im)pura paixão, desejo insano...pele, calor, carinho e muita vontade do horizonte (in)visível.
Meu corpo em teu corpo pulsa num profano compasso que marca o corpo e também a alma que se entrega em perfeito desatino em suas mãos abertas.
Porque demorei tanto para a ti me entregar? Essa pergunta certamente ficará eternamente sem resposta.
Senti falta das noites em que à distância percorreste as linhas do meu corpo. De me deitar sozinha em minha cama e sentir-me preenchida por você que em silêncio percorria cada milímetro do meu corpo em chamas.
No fim, apenas os sons dos meus soluços e algumas palavras jogadas fora.
Junto as palavras e formo poesias...poesias são feitas de palavras, de saliva, de toques, de sons e sabores. Palavras escritas a tinta invisível mas que deixam marcas que nem o tempo apaga mas a recordação emoldura.
domingo, 21 de novembro de 2010
Dia Nacional da Consciência Negra e Ativismo online pelo fim da violência contra mulher
Hoje, 20 de novembro, comemora-se no Brasil o dia nacional da consciência negra. O dia não fora escolhido por acaso. A data relembra o dia em que Zumbi foi morto em uma emboscada. Anteriormente a data era celebrada em 13 de maio, data em que a princesa Isabel assinou a lei Áurea.
O dia de hoje marca também o início dos 5 dias de ativismo online pelo fim da violência contra a mulher, e a data também não fora escolhida por acaso, teve como intuito culminar no dia 25 de novembro em que se comemora o dia mundial da luta pelo fim da violência contra mulher. Mas é importante que não se fique apenas nos 5 dias. Que essa seja uma luta diária.
Alguns podem se questionar o propósito de post. Mas o motivo é simples e se resume em uma frase:"Sou mulher, sou negra e tô na luta."
#FimDaViolenciaContraMulher e #PelaIgualdadeRacial
O dia de hoje marca também o início dos 5 dias de ativismo online pelo fim da violência contra a mulher, e a data também não fora escolhida por acaso, teve como intuito culminar no dia 25 de novembro em que se comemora o dia mundial da luta pelo fim da violência contra mulher. Mas é importante que não se fique apenas nos 5 dias. Que essa seja uma luta diária.
Alguns podem se questionar o propósito de post. Mas o motivo é simples e se resume em uma frase:"Sou mulher, sou negra e tô na luta."
#FimDaViolenciaContraMulher e #PelaIgualdadeRacial
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Fragmentos de: "Anotações sobre um amor urbano." Caio F. Abreu
"Como evitaremos que nosso encontro se decomponha, corrompa e apodreça junto com o louco, o doente, o podre? Não evitaremos. Pois a cidade está podre, você sabe. Mas a cidade esta louca, você sabe. Sim a cidade está doente, você sabe. E o vírus caminha em nossas, companheiro.
Fala, fala, fala. Estou muito cansado. (...) Um nojo, vez em quando me dá asco - nojo é culpa, nojo é moral - você se sente sórdido, baby? - eu tenho medo, eu não quero correr risco - não é mais possível - vamos parar por aqui - quero acordar cedo, fazer cooper no parque, parar de beber, parar de fumar, parar de sentir - estou muito cansado - não faz assim, não diz assim - é muito pouco - não vai dar certo - anormal, eu tenho medo - medo é culpa, medo é moral - não vê que é isso que eles querem que você sinta? Medo, culpa, vergonha - eu aceito, eu me contento com pouco - eu não aceito nada nem me contento com pouco - eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo!
Eu quero risco, não digo. Nem que seja a morte.
Cachorro sem dono, contaminação. Sagüi no ombro, sarna. Até quando esses remendos inventados resistirão à peste que se infiltra pelos rombos do nosso encontro? Como se lutássemos - só nós dois, sós os dois, sóis os dois - contra dois mil anos amontoados de mentiras e misérias, assassinatos e proibições. Dois mil anos de lama, meu amigo. Tantos lixos atapetando as ruas que suportam nossos passos que nunca tiveram aonde ir.
(...) Tantas mortes, não existem mais dedos nas mãos e nos pés pra contar os que se foram. Viver agora, tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã. Mas o poço não tem fundo, persiste sempre por trás, as cobras no fundo enleadas na lança. Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão?
Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar desligar a TV, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo, acender velas, saliva tua de ontem guardada na minha boca, trocar lençóis, fazer a cama, procurar a mancha de esperma nos lençóis usados, agora está feito e foda-se, nada vale a pena, puxar cobertas, cobrir a cabeça, tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas a alma existe mesmo? E quem garante? E quem se importa?"
Fala, fala, fala. Estou muito cansado. (...) Um nojo, vez em quando me dá asco - nojo é culpa, nojo é moral - você se sente sórdido, baby? - eu tenho medo, eu não quero correr risco - não é mais possível - vamos parar por aqui - quero acordar cedo, fazer cooper no parque, parar de beber, parar de fumar, parar de sentir - estou muito cansado - não faz assim, não diz assim - é muito pouco - não vai dar certo - anormal, eu tenho medo - medo é culpa, medo é moral - não vê que é isso que eles querem que você sinta? Medo, culpa, vergonha - eu aceito, eu me contento com pouco - eu não aceito nada nem me contento com pouco - eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo!
Eu quero risco, não digo. Nem que seja a morte.
Cachorro sem dono, contaminação. Sagüi no ombro, sarna. Até quando esses remendos inventados resistirão à peste que se infiltra pelos rombos do nosso encontro? Como se lutássemos - só nós dois, sós os dois, sóis os dois - contra dois mil anos amontoados de mentiras e misérias, assassinatos e proibições. Dois mil anos de lama, meu amigo. Tantos lixos atapetando as ruas que suportam nossos passos que nunca tiveram aonde ir.
(...) Tantas mortes, não existem mais dedos nas mãos e nos pés pra contar os que se foram. Viver agora, tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã. Mas o poço não tem fundo, persiste sempre por trás, as cobras no fundo enleadas na lança. Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão?
Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar desligar a TV, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo, acender velas, saliva tua de ontem guardada na minha boca, trocar lençóis, fazer a cama, procurar a mancha de esperma nos lençóis usados, agora está feito e foda-se, nada vale a pena, puxar cobertas, cobrir a cabeça, tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas a alma existe mesmo? E quem garante? E quem se importa?"
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Sinto-me hoje mais que em qualquer dia inundada pela nostalgia. Talvez esse dia tenha uma aura particularmente nostalgica, não sei bem porque. Alguns dirão que é porque hoje é o dia que as pessoas dedicam a render homenagens aos seus entes queridos que já não encontram-se entre nós.
Hoje, por exemplo, faz dois anos que um ser que passou pela minha vida e deixou marcas se foi. Por esse motivo, independente de ser ou não um dia especialmente dedicado a saudade, pra mim seria um dia particularmente atípico.
Dois anos? Como o tempo passou rápido. Às vezes tenho a impressão de foi ontem...fecho os olhos e posso ouvir minha irmã dizer: "Ele morreu!"
Hoje a dor que sinto não a da ausência física e nem da saudade. Na verdade já não sinto mais dor. Sinto uma espécie de angústia em perceber que mesmo tendo todos os diálogos guardados na memória, o timbre da sua voz já não faz parte dela. Tenho medo, muito medo de que um dia seu rosto, seu sorriso já não venha mais fazer carinho em minha lembrança, se um dia por acaso isso vier acontecer, creio que a dor novamente venha ser minha companheira constante e isso é deveras assustador.
Hoje, por exemplo, faz dois anos que um ser que passou pela minha vida e deixou marcas se foi. Por esse motivo, independente de ser ou não um dia especialmente dedicado a saudade, pra mim seria um dia particularmente atípico.
Dois anos? Como o tempo passou rápido. Às vezes tenho a impressão de foi ontem...fecho os olhos e posso ouvir minha irmã dizer: "Ele morreu!"
Hoje a dor que sinto não a da ausência física e nem da saudade. Na verdade já não sinto mais dor. Sinto uma espécie de angústia em perceber que mesmo tendo todos os diálogos guardados na memória, o timbre da sua voz já não faz parte dela. Tenho medo, muito medo de que um dia seu rosto, seu sorriso já não venha mais fazer carinho em minha lembrança, se um dia por acaso isso vier acontecer, creio que a dor novamente venha ser minha companheira constante e isso é deveras assustador.
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