Desprovida de amor próprio, acostumei-me a viver como seu objeto de prazer. Perdi-me de mim, aceitei e incorporei a condição de vítima.
Tiveste acesso à minha totalidade...entreguei-me por inteira em suas mãos.
Era uma espécie de doença, dependência.
Se instalastes em meu ser como um intruso, me roubastes de mim.
Refém do que senti por ti, aceitava o pouco que me davas, me contentava com suas migalhas de amor.
Dei a volta por cima, livrei-me das amarras que me prendiam... tenho experimentado o amor e seus avessos de uma forma menos dependente, mais saudável.
Cheguei a conclusão de que o amor e a posse estão separados por uma linha tênue, quase imperceptível e que só cabe a mim fazê-las tornar-se um abismo que me distancie cada vez mais de minhas fragilidades.
"Estou podando o meu jardim. Estou cuidando mais de mim..."